quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

MORTE DO LIVREIRO TARCÍSIO PEREIRA – SENTIMENTOS DE PESAR


É com muita tristeza que recebemos a notícia da morte do livreiro fundador da LIVRO 7, Tarcísio Pereira, que foi um grande defensor da nossa cultura, que chegou a ser a maior livraria do nosso país, apontada pelo Guinness Book, por cinco anos. 

Na sua história, entre os anos de 1970 a 2000, recebeu artistas conhecidos e desconhecidos, pessoas anônimas e de destaque, além de autoridades da literatura, entre elas os escritores Ariano Suassuna, Gilberto Freyre e João Cabral de Melo Neto, e tantos outros.

Perdemos o livreiro Tarcísio Pereira, mas não a sua história.

As pessoas que frequentaram a LIVRO 7 sempre têm algo a contar, inclusive quem não podia comprar um livro, era certo poder ler e tentar entender os encantos e os mistérios que a literatura nos oferecem, no espaço da própria livraria, que iniciou com 20 m2 e chegou a 1.200 m2 de área, no centro do Recife.

A UBE – União Brasileira de Escritores – Núcleo Garanhuns, vem de público registrar o sentimento de pesar, estendido aos familiares, parentes e amigos, pela perda do livreiro Tarcísio Pereira, potiguar, e grande influente da nossa cultura, por várias gerações.

José Eugenio Sobrinho

Presidente da UBE – Núcleo Garanhuns

José Eugênio, muito obrigado pela informação. Tarcísio Pereira participou do FLIG que organizei em Garanhuns. Esteve presente em 3 realizações. E editou uns cinco livros dos jovens participantes da Academia Jovem, da antiga Academia de Letras de Garanhuns. Saudades do sempre presente Tarcísio. PERNAMBUCO DEVE MUITO A ELE.

João Marques

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

José Saraiva é finalista no prêmio Off Flip 2021


 





Com três textos inéditos, o escritor, jornalista, músico e advogado José Alexandre Saraiva é finalista nas três categorias do Prêmio Off Flip 2021, Poesia, Conto e Crônica. Autor do livro “De Labiata a Lagoa da Canoa passando por Tacaratu, via Quipapá ou Caruaru”, Saraiva tem histórico em concursos literários. Em 2020, foi finalista do Conto Brasil, do concurso Parem as Máquinas do Off Flip em três categorias e do Prêmio Internacional de Literatura Cidade Conselheiro Lafayette (MG). Em 2019, “De Labiata a Lagoa” foi finalista do prêmio da Biblioteca Nacional na categoria Ensaio Literário.

Saraiva lembra que nas três categorias selecionado como finalista nenhum de seus personagens é de natureza humana. “A natureza, duas rolinhas e um filhote criado com excesso de zelo, um tico-tico e a flor do mandacaru, típica do Nordeste, estão no centro do conto, da crônica e do poema”

O prêmio – O Prêmio Off Flip dá visibilidade a novos autores de talento, incentiva a criação de literatura em língua portuguesa e proporciona a participação dos vencedores na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), prevista para acontecer em julho de 2021.

Os vencedores serão contemplados com prêmios em dinheiro e cotas de livros. Todos os finalistas serão avaliados por uma curadoria especial e seus textos publicados numa obra, em formato de coletânea, com o selo da Off Flip. Os autores vencedores serão anunciados em março.

Sobre o autor – Nascido em Panelas, interior de Pernambuco, José Saraiva é advogado, jornalista, músico e escritor. Autor do livro “De Labiata a Lagoa da Canoa passando por Tacaratu, via Quipapá ou Caruaru”. Membro do Centro de Letras do Paraná, da Academia de Letras “José de Alencar”, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e do Instituto dos Advogados do Paraná, conquistou prêmios literários de abrangência nacional, um deles de minicontos escrito com dez linhas. Na área musical, foi laureado em Paris por tradicional instituição literária e artística, na categoria composição. Tem obras publicadas no campo do direito e um livro de crônicas, duas delas levadas às telas pela RPC, sistema de comunicação paranaense afiliado à Rede Globo.

Dentre os livros que prefaciou, destaca-se “A Verdade sobre Guanella – relato histórico de um drama protagonizado pela FEB na Segunda Guerra”. Foi homenageado pela Câmara Municipal de Curitiba com a Medalha Fernando Amaro de Literatura, pela OAB de Pernambuco, Subseção de Caruaru, que denominou de José Alexandre Saraiva a Sala dos Advogados do Fórum da Comarca de Panelas, e pela Escola Estadual de Referência em Ensino Médio da mesma cidade, que, igualmente, designou a biblioteca da instituição com o seu nome.

DOMINGUINHOS CANTA E CONTA GONZAGÃO - Manoel Neto Teixeira

 

 







Sob o título acima circula nas redes sociais (internet) o filme (audiovisual) em que o cantor/compositor/sanfoneiro narra, na primeira pessoa, sua relação – familiar, profissional e sentimental com o seu padrinho (Gonzagão) e ele próprio, o afilhado, desde 1954, quando do primeiro encontro, casual, na porta do então sanatório/hotel Tavares Correia, em Garanhuns.

Era uma manhã de sábado, mês de junho de 1954. Gonzagão, já consagrado nacionalmente como O Rei do Baião, reunido que estava no grande salão do Tavares Correia, ouve um som de sanfona de oito baixos vindo de fora para dentro. Era o pai (Chicão), acompanhado pelos três filhos, menores de idade: Valdomiro, Morais e Domingos, que faziam a singela percussão.

Costumavam tocar na calçada do Tavares Correia e de outros hotéis, onde presumiam, se hospedavam pessoas importantes que, foi não foi, jogavam um dinheirinho dentro do chapéu de palha estendido na calçada. Naquela manhã, tudo foi diferente. Quem os escutava, lá dentro, era o Rei do Baião. Chamou-os até o salão e ouviu de perto o som dos oito baixos de Chicão e a destreza com que se acompanhava pelos próprios filhos. Algo singular.

Sem maiores conversas, “puxa do bolso um pacote de dinheiro e encheu o chapéu dos matutos tocadores”, revela. E, por último, entregou-lhes o seu cartão pessoal com o endereço do Rio de Janeiro, dispondo-se a recebe-los lá. Foi o que aconteceu, poucos anos depois: “pegaram um pau de arara”, o transporte da época, e depois de 11 dias varando estradas empoeiradas, desembarcamos na então capital do Brasil”.

Dominguinhos conta haver perguntado ao pai quem era aquele. Pois,

na sua casinha, zona rural de Garanhuns,  não tinham um aparelho de rádio, à época, o principal meio de comunicação do Brasil. Faltava-lhes dinheiro para tanto. “Eu não sabia de quem se tratava, nem ele nem outros ídolos da Música Popular Brasileira.

            Nasceria ali, naquela manhã daquele sábado de 1954, um “namoro” que só a morte acabaria. Foi o que aconteceu. No Rio, vão à procura de Gonzagão, em sua mansão no bairro grã-fino do Mea. São recebidos com carinho e atenção. Lá pras tantas, o Rei entra num quarto e volta com uma sanfona de 80 baixos, “novinha em folha”, e presenteia Chicão e os meninos.

            Qual não foi a alegria de pai e filhos. A partir daí, o ainda Domingos, começa a tocar, como solista, em boites do Rio, e logo depois em emissoras de rádio, onde era conhecido como “Nenê”. A primeira mudança, vindo do Gonzagão, foi para que ele, ao invés de “Nenê”, passasse a se chamar Dominguinhos, pois soaria melhor como nome artístico. O jovem não hesitou e logo mais estaria conhecido e consagrado nos meios artísticos com o novo nome.

            Dominguinhos conta esse e tantos outros fatos que se passaram ao longo de sua relação com o Rei, inclusive quando, ao saber que havia engravidado sua namorada, conta o fato ao seu pai, este não hesita e determina que ele teria que se casar. Dominguinhos não tem dúvida, vai em seguida ao encontro de Gonzagão, conta-lhe o fato e formula o convite para ele ser o padrinho do enlace. Qual não foi o esporro: “Como é, rapaz, você não tem juízo não, um moleque com 17 anos se casando. Eu só casei aos 34 anos e não foi nada fácil. Desapareça daqui, não quero saber dessa conversa não”.

            Conhecendo já o temperamento do Rei, foi não foi, um tanto explosivo, sem meias palavras, volta cabisbaixo; oito dias depois, é chamado por Gonzagão, que decide ser o seu padrinho de casamento, juntamente com Helena, sua esposa. Foi aquela festa, com direito a fotos e tudo mais, conforme consta no filme. 

               Dominguinhos revela essas e tantas outras passagens e momentos vividos na companhia de Gonzagão, colhendo e assimilando seus conselhos e lições, estradas afora por onde circularam realizando shows e apresentações, em praças públicas, circos, auditórios de rádios e teatros em todas as regiões do Brasil. Atuando inclusive como seu motorista que, foi não foi, recebia um esporro.

            Conta que certa feita, foram embarcar num aeroporto do Rio, quando Gonzagão aponta para um avião de grande porte e diz que, qualquer dia, compraria um e transformá-lo-ia numa grande boite, onde só tocaria música nordestina.   

            Com a simplicidade e humildade que marcaram sua pessoa, seu jeito de ser, não obstante a força de sua veia artística, Dominguinhos fala mais sobre o seu padrinho, artístico e de casamento, e menos de suas próprias vitórias como mestre da sanfona, compositor de vários sucessos, gravados por muita gente importante da MPB. Dedica maior parte da gravação discorrendo sobre fatos pitorescos e sua convivência ao lado do Rei, a revolução que a obra de Gonzagão projeta além fronteiras. Ele que cantou como ninguém a alma, a beleza e as intempéries que marcam a paisagem e vida do sertão nordestino. Suas festas, onde o São João é o grande rio que invade as casas e encanta almas e corações de todos, da roça às cidades.   

            (Manoel Neto Teixeira, autor, dentre outras, da obra GARANHUNS – ÁLBUM DO NOVO MILÊNIO (1811-2016), é membro da Academia Pernambucana de Letras, cadeira 44). E-mail: polysneto@yahoo.com.br


 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

O MORRO DOS VENTOS UIVANTES CHEGOU AO TOPO DOS 80 ANOS - Por Altamir Pinheiro


 









O Morro dos Ventos Uivantes, única obra da britânica Emily Bronte(morreu aos 30 anos de idade), é um dos romances mais bonitos e perturbadores que já existiu. Personagens fortes e intrigantes, Catherine e Heathcliff se tornaram quase como entidades, símbolos do amor intenso que dilacera o coração e sobrevive além do tempo e da morte. Transformada em filme, tendo como protagonistas o sombrio HEATHCLIFF (o admirável Laurence Olivier) e CATHY (a diva Merle Oberon), esta clássica história de amor sublime e paixão arrebatadora, PARADOXALMENTE, movido a ódio e vingança, tornou-se uma obra-prima do cinema, aclamada pela crítica e pelo público. Claro que o drama é geral, a dor é intensa e parece que tudo é só sofrimento, mas valeu a pena, pois levou a bela Merle Oberon a ser a eterna Cathy de Heathcliff.

 

Registros de jornais dão conta que o romance tem 34 capítulos, mas o premiadíssimo diretor William Wyler(3 oscars em 14 indicações) só utiliza 16, porém exibe o mais apaixonado enredo que poderíamos rotular de estilo shakespeariano ou shakespereano aos moldes de Romeu e Julieta às avessas. No desenrolar do filme, o ambiente sombrio e tempestuoso nos transmite um senso de mistério. Uma estória muito intensa e cativante. É uma narrativa sobre amor não correspondido e vingança.

 

O Morro dos Ventos Uivantes é colocado como o 73° maior filme do cinema americano de todos os tempos segundo o American Film Institute, também é colocado como o 15° maior romance. Foi vencedor do Oscar de 1940 na categoria de Melhor Fotografia – Preto e Branco. Em 2007, O Morro dos Ventos Uivantes foi selecionado para preservação no National Film Registry dos Estados Unidos pela Biblioteca do Congresso como sendo “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante”.

 

A lenda exótica da atriz Merle Oberon que nasceu na Índia, como descreve seu biógrafo Michael Korda: “Ela foi uma das estrelas mais sofisticadas da década de 1930 e 40, uma sereia morena de características exóticas e olhos amendoados. Graciosa e assombrosamente bela. Em seu ápice, 1939, ela cativou o mundo no clássico romântico “O Morro dos Ventos Uivantes”, fazendo Cathy, o grande amor do Heathcliff de Laurence Olivier”.

 

O inglês Laurence Olivier que morreu aos 82 anos(1989), é considerado por muitos como o maior ator inglês de todos os tempos. Agraciado com o título de sir em 1947, Laurence Olivier foi um dos mais carismáticos atores do século XX. Sua presença em palco fascinava o público e sua credibilidade como intérprete, no drama como na comédia, proporcionou-lhe grandes êxitos na sua longa carreira. Olivier casou-se 4 vezes e sua segunda esposa foi VIVIEN LEIGH que viveu a personagem Scarlet OHara no filme E O Vento Levou. O casamento durou 21 anos.

 

Que dupla infernal!!! Que livro, que filme, que música, que atriz, que ator!!! Uma história na qual o ódio e o amor têm a mesma proporção, algo muito forte, tornando-se dramático, romântico, doce, triste e sofrível. Eles praticam um amor confuso e sombrio que mais parece obsessão, pois evidencia o lado humano de cada personagem, e lembra que nem sempre escolhemos de quem gostar, até porque a gente fica torcendo para o malvado. Mesmo assim, o filme mostra que a força do amor se mantém viva, através do ódio, do rancor, da desilusão. Definitivamente, podemos chamar O MORRO DOS VENTOS UIVANTES um tipo de romance/filme cebola. Um amor além da vida. Ou seja, além morte…

UBE (União Brasileira de Escritores) Núcleo Garanhuns tem nova Diretoria. O que é mais difícil não é escrever muito; é dizer tudo, escrevendo pouco. Júlio Dantas


 




Antes de me referir a essa grande notícia para a cultura de Garanhuns, é necessário que se faça uma pequena reflexão, sobre o que é a UBE – União Brasileira de Escritores.

A União Brasileira de Escritores (UBE) é uma sociedade fundada em 17 de janeiro de 1958, sendo a mais antiga Associação de Escritores do Brasil, com a fusão da seção paulista da Associação Brasileira de Escritores e da Sociedade Paulista de Escritores. Sucedeu à Sociedade dos Escritores Brasileiros, primeira associação profissional, fundada em 14 de março de 1942 por Mário de Andrade e Sérgio Milliet.

A seção de Pernambuco, da União Brasileira de Escritores (UBE-PE), foi fundada em 17 de janeiro de 1958, nas dependências de O Gráfico Amador, no Recife, em decorrência de uma campanha liderada pelo escritor Paulo Cavalcanti, que se tornou seu primeiro presidente. Sua primeira sede foi uma sala no Espaço Pasárgada, na Rua da União. Recebeu, inicialmente em comodato, da Prefeitura do Recife, na gestão do prefeito Gilberto Marques Paulo, um casarão na rua de Santana, 202, Casa Forte, onde instalou sua sede própria, a Casa do Escritor Pernambucano.

O primeiro fato que devemos levar em conta é que a UBE de Pernambuco hoje é a UBE Nacional, sendo o seu presidente responsável em congregar todo o Brasil e para nosso orgulho, preside a mesma o contador e escritor garanhuense José Renato Siqueira, que foi fundador e presidente da UBE – Núcleo Garanhuns, o mesmo é candidato a reeleição da UBE Nacional, agora em janeiro de 2021, quando teremos as eleições para nova diretoria. Presidente da entidade durante 10 anos, o escritor Alexandre Santos ressalta que a UBE é uma associação para quem escreve e para quem lê. "A leitura é mais do que um instrumento de entretenimento. As pessoas que leem compreendem o mundo sob outra ótica e passam a ser mais resistentes à manipulação. A leitura é a melhor forma de preservar a democracia", diz.

Em Garanhuns a UBE inaugurou seu Núcleo no dia 06 de agosto de 2016, tendo como seu primeiro presidente o Escritor, José Renato Teixeira. Em 2018 assumiu a presidência o advogado, contador e escritor Natanael de Vasconcelos Silva, que durante dois anos fez um trabalho de valorização e divulgação do escritor da cidade de Garanhuns. Participando inclusive de várias Feiras Literárias em Pernambuco e outros estados.

No dia 28 de dezembro do ano de 2020, atendendo solicitação do atual presidente e cumprindo determinação regimental, os escritores de Garanhuns se reuniram via on-line e após breve discursão foram unânimes em escolher a nova diretoria de UBE – Núcleo Garanhuns, que passou a ser composta da seguinte diretoria:

Presidente: José Eugenio Sobrinho

Vice-Presidente: Ulisses Pereira da Silva

1º Secretário: Natanael de Vasconcelos Silva

2º Secretário: Maria de Almeida Rocha

1º Tesoureiro: Sandoval Ferreira Leite

2ª Tesoureira: Terêza Cristina de Moraes Veríssimo

Diretor Social: Adevandro Alexandre de Pontes

 

Com certeza sai ganhando a cidade de Garanhuns, que vê um dos seus órgãos de cultura crescendo e se preparando para, mesmo com essa pandemia, levar mais longe o nome da nossa cidade. Parabéns, e a certeza que o trabalho de respeito e valorização às letras continua em boas mãos, com a juventude, dinamismo e inteligência do professor Eugenio Sobrinho e toda a sua equipe.

 

Prof. Albérico Luiz Fernandes Vilela

Membro da Academia Pernambucana de Educadores

Membro da União Brasileira de Escritores

Membro do Lions Club Internacional

Diretor Pedagógico da UNIC – Universidade da Criança

Palestrante da Área de Educação


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

PERNAMBUCO E O BRASIL COMEMORAM OS 195 ANOS DO SEU PRIMEIRO LICEU - Manoel Neto Teixeira


 





                 


Este primeiro de setembro de 2020 é uma data emblemática na história de Pernambuco e do Brasil: festejamos os 195 anos de fundação do Liceu/Ginásio Pernambucano, primeira instituição de ensino público da América Latina, cujos corpos discente e docente foram compostos, ao longo dos séculos XIX e XX, de personagens de relevo da política, do magistério, da magistratura, da literatura, do jornalismo, das artes e do empresariado do nosso país.

            Todos os aspectos dessa história e seus personagens são narrados e descritos, em linguagem objetiva, pelo jornalista e historiador Manoel Neto Teixeira no livro sob o título LICEU/GINÁSIO PERNAMBUCANO (Referência no Passado e no Presente-1825-2020), que estará nas livrarias de todo o Brasil a partir dessa data, marcante sobremaneira para o ensino público na região e no Brasil. A obra compõe-se de dezenas de capítulos distribuídos por 250 páginas, narrando desde a fundação, os primeiros passos, a denominação inicial de Liceu Provincial, seu primeiro diretor, frei Miguel do Sacramento Lopes Gama, que fez história no jornalismo da época ao criar e editar o famoso jornal “O Carapuceiro”.

            A obra é prefaciada pelo desembargador e escritor Jones Figueiredo Alves, contemporâneo de estudos do autor, desde o Colégio Diocesano de Garanhuns, anos 60, até a Faculdade de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, componentes que foram da turma de 1968. No Prólogo de sua obra o escritor Manoel Neto Teixeira, autor de outros títulos, a exemplo de PINTO FERREIRA – VIDA E OBRA, prêmio da Academia Pernambucana de Letras, categoria Ensaio, edição 2010, salienta, entre outros pontos:

              “Reunimos nesta publicação, desde a sua fundação até o corrente século, os principais fatos, personagens e decisões na vida e história, as mudança de sedes e de nomes (Liceu/Ginásio/Instituto/Colégio/Ginásio), o alto nível dos seus corpos docente/discente, a bandeira do ensino de referência, com os seus contingentes de cerca de 700 alunos em tempo integral em cada uma das suas sedes - Rua da Aurora e Av. Cruz Cabugá”.

            Entre os fatos marcantes das primeiras décadas na vida dessa instituição figura a visita oficial do imperador do Brasil, à época, Dom Pedro-II, naquela manhã do dia 09 de dezembro de 1859, bem como a criação do primeiro Museu de História Natural do Brasil, em 1855, pelas mãos do professor e pesquisador francês Louis Jacques Brunet. Também o sonho da sede própria, cuja pedra fundamental fora lançada em 1855 e inaugurada em dezembro de 1866, situada na Rua da Aurora, onde permanece até hoje, frente para o Rio Capibaribe, com toda a sua imponência.

            No capítulo sobre as celebridades que passaram pelos seus corpos discente e docente, o autor relaciona Epitácio Pessoa, presidente do Brasil de 1919 a 1922; Agamenon Magalhães, ministro e governador de Pernambuco; Cid Feijó Sampaio, governador de Pernambuco; Joaquim Francisco, prefeito do Recife e governador do Estado; Augusto Lucena e Pelópidas Silveira, prefeitos do Recife (na seara política). No campo da literatura, entre seus alunos, figuraram Ariano Suassuna, Clarice Lispector; componentes do corpo docente, Olívio Montenegro, Lucilo Varejão Filho, Ulisses Pernambucano, Adauto Pontes, Manuel Correia de Andrade, Amaro Quintas, Bernadette Pedrosa, Geraldo Calábria Lapenda, frei Romeu Peréa, Lucilo Varejão Neto, entre outros.

            O autor dedica um capítulo aos alunos que marcaram época nas décadas de 60/70 do século XX, sob o título “Corrente de Resistência Política”. Perseguidos pelos comandantes do golpe de 64, por se manifestarem contra, alguns desaparecidos, como Fernando Santa Cruz, frei Tito de Alencar; outros que permanecem vivos contando a história, Marcelo Santa Cruz, José Arnaldo, ex-prefeito de Oinda, Marcelo Mário Melo, Paulo Pontes, Edval Nunes Cajá, Roberto Franca, entre outros.

            Nesse capítulo o autor registra ainda o perfil do professor Milton de Oliveira Santos, pai da atual vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos. Ele que mereceu, por iniciativa do deputado Alberto Feitosa, homenagem póstuma dando o seu nome ao Terminal Integrado de Passageiros da PE-15, através da lei ordinária 13713/2008. O professor Milton de Oliveira Santos foi um militante do Partido Comunista do Brasil.

            O jornalista Manoel Neto Teixeira conclui a sua obra narrando o desdobramento, em duas sedes, do Ginásio Pernambucano, da Rua da Aurora e a da Av. Cruz Cabugá, esta idealizada e inaugurada pelo então governador Eduardo Campos, em 2012. 

CADÊ O RAIO DE SOL? - Edmilson Vieira, designer




Este textinho é para você que não teve a oportunidade de assistir ao espetáculo do Circo Raio de Sol, da cidade de Garanhuns.

Tivesse você visto alguma apresentação dessa trupe, seguro que iria morrer de rir com a turma louca se apresentando no picadeiro.

Considere que ele era o irmão pobre caçula do Cirque du Soleil. Os dois foram feitos para encantar, mas o circo Tomara Que Não Chova, de Garanhuns, era uma terapia de gargalhada para as famílias pobres da periferia.

O destino desse circo foi fechar as portas ou melhor, arriar as lonas. Você bem sabe, as cidades pequenas foram asfaltadas e aí só sobraram os lixões e outros locais inapropriados para eles montarem suas empanadas.  

chegou a TV, a Internet, e as pessoas preferiam ver online do que registrar a alegria ao vivo. Os circos foram acometidos também pelo descaso dos políticos irresponsáveis. 

Através do voto, elegemos muita gente aculturada pra destruir a nossa cultura popular.  Com isso, o povo brasileiro parece que perde a sua identidade a cada dia e a cada pandemia.

Digo isso e vejo que a beleza do Circo Raio de Sol-RISO permanece na minha mente como algo de qualidade na arte circense.

E vale a pena relembrar que eles tinham o dom do humor para resolver qualquer parada no palco. Preocupação com isso ou aquilo? Passando nesse circo, você sairia leve; iria atingir o seu ponto de equilíbrio com as coisas boas da vida.

A trajetória do Raio de Sol acabou, mas a performance multifacetada daqueles artistas vai permanecer na memória da gente como um ícone inesquecível da magia do picadeiro.

 

E viva o circo!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

A BESTA TRIUNFANTE - "voltando pra casa" X


                                         


                              






A cada hora

que o tempo muda

Ó Paulo, fazeis

outra pergunta

 

está na moda

agora, amanhã talvez

não. Que importa

 

qualquer resposta

à vossa dúvida ?

Ainda que saiba

 

a gente, a verdade

que pede a ocasião,

vestido a caráter,

 

a Esfinge pela mão,

consinta a passagem

para a casa do mês

 

a chave

da vez.










ENTREGA Érika poetisa











Amanheceu desvendando frestas de fios rendados

no âmago do coração

percorreu o medo e o fogo

desafiou gigantes

tomou banho de tempestade

esvaziou sentimentos

expandiu diálogos internos

Jogou sutilezas no aroma

de outros olhares

anjo e profana

revirou o mundo

retalhou o coração com canções e agulhas

Só não perdeu a essência da alma

que é terna e mansa

como o anoitecer dos sertões banhados de lavanda.