quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

PERNAMBUCO E O BRASIL COMEMORAM OS 195 ANOS DO SEU PRIMEIRO LICEU - Manoel Neto Teixeira


 





                 


Este primeiro de setembro de 2020 é uma data emblemática na história de Pernambuco e do Brasil: festejamos os 195 anos de fundação do Liceu/Ginásio Pernambucano, primeira instituição de ensino público da América Latina, cujos corpos discente e docente foram compostos, ao longo dos séculos XIX e XX, de personagens de relevo da política, do magistério, da magistratura, da literatura, do jornalismo, das artes e do empresariado do nosso país.

            Todos os aspectos dessa história e seus personagens são narrados e descritos, em linguagem objetiva, pelo jornalista e historiador Manoel Neto Teixeira no livro sob o título LICEU/GINÁSIO PERNAMBUCANO (Referência no Passado e no Presente-1825-2020), que estará nas livrarias de todo o Brasil a partir dessa data, marcante sobremaneira para o ensino público na região e no Brasil. A obra compõe-se de dezenas de capítulos distribuídos por 250 páginas, narrando desde a fundação, os primeiros passos, a denominação inicial de Liceu Provincial, seu primeiro diretor, frei Miguel do Sacramento Lopes Gama, que fez história no jornalismo da época ao criar e editar o famoso jornal “O Carapuceiro”.

            A obra é prefaciada pelo desembargador e escritor Jones Figueiredo Alves, contemporâneo de estudos do autor, desde o Colégio Diocesano de Garanhuns, anos 60, até a Faculdade de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, componentes que foram da turma de 1968. No Prólogo de sua obra o escritor Manoel Neto Teixeira, autor de outros títulos, a exemplo de PINTO FERREIRA – VIDA E OBRA, prêmio da Academia Pernambucana de Letras, categoria Ensaio, edição 2010, salienta, entre outros pontos:

              “Reunimos nesta publicação, desde a sua fundação até o corrente século, os principais fatos, personagens e decisões na vida e história, as mudança de sedes e de nomes (Liceu/Ginásio/Instituto/Colégio/Ginásio), o alto nível dos seus corpos docente/discente, a bandeira do ensino de referência, com os seus contingentes de cerca de 700 alunos em tempo integral em cada uma das suas sedes - Rua da Aurora e Av. Cruz Cabugá”.

            Entre os fatos marcantes das primeiras décadas na vida dessa instituição figura a visita oficial do imperador do Brasil, à época, Dom Pedro-II, naquela manhã do dia 09 de dezembro de 1859, bem como a criação do primeiro Museu de História Natural do Brasil, em 1855, pelas mãos do professor e pesquisador francês Louis Jacques Brunet. Também o sonho da sede própria, cuja pedra fundamental fora lançada em 1855 e inaugurada em dezembro de 1866, situada na Rua da Aurora, onde permanece até hoje, frente para o Rio Capibaribe, com toda a sua imponência.

            No capítulo sobre as celebridades que passaram pelos seus corpos discente e docente, o autor relaciona Epitácio Pessoa, presidente do Brasil de 1919 a 1922; Agamenon Magalhães, ministro e governador de Pernambuco; Cid Feijó Sampaio, governador de Pernambuco; Joaquim Francisco, prefeito do Recife e governador do Estado; Augusto Lucena e Pelópidas Silveira, prefeitos do Recife (na seara política). No campo da literatura, entre seus alunos, figuraram Ariano Suassuna, Clarice Lispector; componentes do corpo docente, Olívio Montenegro, Lucilo Varejão Filho, Ulisses Pernambucano, Adauto Pontes, Manuel Correia de Andrade, Amaro Quintas, Bernadette Pedrosa, Geraldo Calábria Lapenda, frei Romeu Peréa, Lucilo Varejão Neto, entre outros.

            O autor dedica um capítulo aos alunos que marcaram época nas décadas de 60/70 do século XX, sob o título “Corrente de Resistência Política”. Perseguidos pelos comandantes do golpe de 64, por se manifestarem contra, alguns desaparecidos, como Fernando Santa Cruz, frei Tito de Alencar; outros que permanecem vivos contando a história, Marcelo Santa Cruz, José Arnaldo, ex-prefeito de Oinda, Marcelo Mário Melo, Paulo Pontes, Edval Nunes Cajá, Roberto Franca, entre outros.

            Nesse capítulo o autor registra ainda o perfil do professor Milton de Oliveira Santos, pai da atual vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos. Ele que mereceu, por iniciativa do deputado Alberto Feitosa, homenagem póstuma dando o seu nome ao Terminal Integrado de Passageiros da PE-15, através da lei ordinária 13713/2008. O professor Milton de Oliveira Santos foi um militante do Partido Comunista do Brasil.

            O jornalista Manoel Neto Teixeira conclui a sua obra narrando o desdobramento, em duas sedes, do Ginásio Pernambucano, da Rua da Aurora e a da Av. Cruz Cabugá, esta idealizada e inaugurada pelo então governador Eduardo Campos, em 2012. 

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