Este primeiro de setembro de 2020 é
uma data emblemática na história de Pernambuco e do Brasil: festejamos os 195
anos de fundação do Liceu/Ginásio
Pernambucano, primeira instituição de ensino público da América Latina,
cujos corpos discente e docente foram compostos, ao longo dos séculos XIX e XX,
de personagens de relevo da política, do magistério, da magistratura, da
literatura, do jornalismo, das artes e do empresariado do nosso país.
Todos
os aspectos dessa história e seus personagens são narrados e descritos, em
linguagem objetiva, pelo jornalista e historiador Manoel Neto Teixeira no livro
sob o título LICEU/GINÁSIO PERNAMBUCANO
(Referência no Passado e no Presente-1825-2020), que estará nas livrarias
de todo o Brasil a partir dessa data, marcante sobremaneira para o ensino
público na região e no Brasil. A obra compõe-se de dezenas de capítulos
distribuídos por 250 páginas, narrando desde a fundação, os primeiros passos, a
denominação inicial de Liceu Provincial,
seu primeiro diretor, frei Miguel do Sacramento Lopes Gama, que fez história no
jornalismo da época ao criar e editar o famoso jornal “O Carapuceiro”.
A
obra é prefaciada pelo desembargador e escritor Jones Figueiredo Alves,
contemporâneo de estudos do autor, desde o Colégio Diocesano de Garanhuns, anos
60, até a Faculdade de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco,
componentes que foram da turma de 1968. No Prólogo de sua obra o escritor Manoel
Neto Teixeira, autor de outros títulos, a exemplo de PINTO FERREIRA – VIDA E OBRA, prêmio
da Academia Pernambucana de Letras, categoria Ensaio, edição 2010, salienta,
entre outros pontos:
“Reunimos nesta publicação, desde a sua
fundação até o corrente século, os principais fatos, personagens e decisões na
vida e história, as mudança de sedes e de nomes (Liceu/Ginásio/Instituto/Colégio/Ginásio),
o alto nível dos seus corpos docente/discente, a bandeira do ensino de
referência, com os seus contingentes de cerca de 700 alunos em tempo integral
em cada uma das suas sedes - Rua da Aurora e Av. Cruz Cabugá”.
Entre
os fatos marcantes das primeiras décadas na vida dessa instituição figura a
visita oficial do imperador do Brasil, à época, Dom Pedro-II, naquela manhã do
dia 09 de dezembro de 1859, bem como a criação do primeiro Museu de História
Natural do Brasil, em 1855, pelas mãos do professor e pesquisador francês Louis
Jacques Brunet. Também o sonho da sede própria, cuja pedra fundamental fora
lançada em 1855 e inaugurada em dezembro de 1866, situada na Rua da Aurora,
onde permanece até hoje, frente para o Rio Capibaribe, com toda a sua
imponência.
No
capítulo sobre as celebridades que passaram pelos seus corpos discente e
docente, o autor relaciona Epitácio Pessoa, presidente do Brasil de 1919 a
1922; Agamenon Magalhães, ministro e governador de Pernambuco; Cid Feijó
Sampaio, governador de Pernambuco; Joaquim Francisco, prefeito do Recife e
governador do Estado; Augusto Lucena e Pelópidas Silveira, prefeitos do Recife
(na seara política). No campo da literatura, entre seus alunos, figuraram
Ariano Suassuna, Clarice Lispector; componentes do corpo docente, Olívio
Montenegro, Lucilo Varejão Filho, Ulisses Pernambucano, Adauto Pontes, Manuel
Correia de Andrade, Amaro Quintas, Bernadette Pedrosa, Geraldo Calábria
Lapenda, frei Romeu Peréa, Lucilo Varejão Neto, entre outros.
O
autor dedica um capítulo aos alunos que marcaram época nas décadas de 60/70 do
século XX, sob o título “Corrente de Resistência Política”. Perseguidos pelos
comandantes do golpe de 64, por se manifestarem contra, alguns desaparecidos,
como Fernando Santa Cruz, frei Tito de Alencar; outros que permanecem vivos
contando a história, Marcelo Santa Cruz, José Arnaldo, ex-prefeito de Oinda,
Marcelo Mário Melo, Paulo Pontes, Edval Nunes Cajá, Roberto Franca, entre
outros.
Nesse
capítulo o autor registra ainda o perfil do professor Milton de Oliveira
Santos, pai da atual vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos. Ele que
mereceu, por iniciativa do deputado Alberto Feitosa, homenagem póstuma dando o
seu nome ao Terminal Integrado de Passageiros da PE-15, através da lei
ordinária 13713/2008. O professor Milton de Oliveira Santos foi um militante do
Partido Comunista do Brasil.
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